De vez em quando ao passar por um banco vazio de praça, no dobrar
de uma esquina qualquer, no meio da letra de alguma velha música, naqueles meus
dias lotados, entre um café e um telefonema qualquer, eu me lembro de você.
Pergunto-me: _Por onde andará você? Como está levando a vida? Será
que ainda lembra-se de mim? Ou em meio a tantas exigências banais esqueceu meu
nome? Construiu família? Realizou teus sonhos? Chegou lá? Ou ainda anda perdido
pelas madrugadas em um bar qualquer? Procurando refugio de alguma amarga
lembrança ou mais uma dose de vodka.
Eu me lembro da tua voz rouca no outro lado da linha chamando meu
nome, com aquele “S” arrastado (era tão bom ouvir aquele “s” meio arrastado),
lembro de você falando de cavalos e corridas, que setembro viria mais cedo esse
ano, daquele teu sorriso no canto da boca, do jeito que segurava a cuia do
chimarrão, me contando teus pequenos planos. Vez ou outra, penso em teu abraço
carinhoso, que me dava tanta segurança, do jeito doce que alisava meus cabelos,
da forma carinhosa que me chamava de “minha baixinha”, do olhar escuro feito a
noite sem luar que me fitava antes de um beijo. São pequenas e doces lembranças
que vez ou outra surgem do nada na memória, e se dissipam com a mesma rapidez
com que aparecem...
É uma tênue curiosidade de um ex-amor.
Nem chega a doer, nem chega a ser saudade... São apenas lembranças
de você, em um dia qualquer.
NEO 08/09/11
א
(A
quem um dia, muito amei!)
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