sábado, 24 de março de 2012


NÃO SE PREOCUPE COMIGO

Não se preocupe comigo, são somente lágrimas de uma despedida, dessas tantas que já tive na minha vida!
Eu vou ficar bem, como sempre!
Assim que a dor acalmar, assim que o coração parar de sangrar...
Talvez eu volte a te ver novamente, talvez me faça pra sempre ausente!
Mas é certo,mesmo que longe, aínda assim vou te amar...
Amo-te assim, de um jeito calmo, te amo como um querer bem, como um carinho, como um afago...
Deixo-o ir, porque sei que é mais feliz na minha ausência!
Eu fico aqui, fico de boa, eu já sei me cuidar sozinha, e a solidão já virou companhia!
כ ך

NEO (DEZ/09)


NOVEMBRO CHUVOSO

É uma manhã de sábado chuvosa, em um dia qualquer de novembro, pela vidraça eu vejo a chuva e o som do vento balançar as árvores. O céu é cinza. As paredes são cinza. E até minha alma está cinza nesse momento.
Depois de eu muito insistir, e gastar todas as palavras que tinha, convenceu-se em ir embora! Fiquei feliz. Está sendo um novembro chuvoso aqui no sul, os ventos gelados vindos do mar, nos corta a carne, feito navalhas. A capital gaúcha parece chorar em dias assim.
Há um silêncio absoluto aqui. Mas não é um silêncio triste ou inquietante, é um silêncio companheiro e consolador. Gostos desses dias, dessa chuva que me acalma, estou só há dois dias, mas acho que nunca estive tão bem. É bom não precisar conversar sobre coisas banais, não ter que sorrir sem querer, não precisar fingir uma alegria que não sinto. É bom comer em silêncio, ouvir o barulhinho encantador da chuva caindo, chorar em silêncio. Há uma PAZ incrível, nisso tudo.
Eu a amo, sem dúvida, mas não a quero aqui. Não suporto ver seu semblante piedoso, há lágrimas em seus olhos, embora não chore mais. Já me acostumei com a solidão, e fico melhor quando estou só.
Não é desamor, é lealdade.
Esse lugar foi construído para acolher a dor, o desespero, as lágrimas, o sofrimento humano. Há som de gritos, soluços e gemidos. Os olhares estão sempre acompanhados de uma profunda tristeza.  E nessas paredes abriga-se a paz pesada da morte.
Não há flores, nem a doçura dos sorrisos, não se escuta músicas, nem se vê a alegria de vida nos olhares, não há esperança, e por mais que o sol brilhe lá fora, aqui dentro é sempre escuro e frio.
Preciso dela longe de mim, não posso vê-la aqui, me faz mal. Quero vê-la feliz, e aqui não há espaço para felicidade.
 Não é que não sinta sua falta, mas sua ausência deixa-me mais tranqüila. Não é desamor, ao contrário, é amor demais. Porque, TE AMO, não a quero do meu lado, nesse meu triste e amargo fim.
Deixe-me aqui, na companhia de meus livros, no silêncio absoluto desse quarto, na doce companhia dessa fria chuva de novembro.
Não podes me acompanhar nessa nova caminhada. Tu fizeste tua parte, mãe querida. Daqui, eu sigo sozinha.
NEO (Nov/09)
MILAGRES DO TEMPO

Dizem que o tempo faz milagres, cura todas as feridas, é capaz de amenizar todas as dores, mas por mais que o tempo tenha passado, eu não esqueci, a dor contínua doendo aqui dentro, e minha raiva e revolta é cada vez maior, sinto medo de mim mesma em certos dias!
O tempo não foi uma solução para mim, pra falar a verdade eu sempre duvidei que ele tivesse o poder de fechar essas minhas velhas feridas. A dor é tão forte e tão presente hoje que sinto dificuldade de respirar!

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NEO (19/09/09)

NÃO TE ESQUECI

Não te esqueci, como eu poderia fazê-lo? Você existiu! Como se apaga a recordação de alguém que te fez sorrir? Que sentou contigo num banco de praça no domingo de tarde? Que dividiu pipoca com você no cinema? Que segurou suavemente sua mão e lhe beijou carinhosamente os cabelos? Alguém que te emprestou o casaco numa fria noite de julho para te proteger do frio?Alguém que te beijou com paixão e te fez promessas de amor eterno? Mesmo os amores, nunca sendo eternos. Diga-me você, como se faz para apagar a lembrança de “alguém”, que mesmo por um único dia de sua vida, foi real!
Fiquei ali parada, olhando o castanho, cor de terra de seus olhos, e pensando como se pode “esquecer alguém” que cruzou seu caminho numa manhã de sábado, num dia quente de domingo, numa segunda chuvosa ou numa noite fria de sexta-feira! E que por algumas horas, dias, meses ou anos, fez seu coração acelerar, fez você sentir aquele frio gostoso na barriga, e te fez sorrir sozinho, feito um perfeito idiota, dentro do carro em um daqueles infernais engarrafamentos depois do trabalho?
Sorri. E a resposta, veio assim, como do nada, como se sempre estivesse ali, veio simples, direta e verdadeira:
_________Eu nunca o esqueci, nem que quisesse, poderia fazê-lo! Faz parte da minha história. Apenas deixei de amá-lo!
Olhamo-nos por alguns instantes. Foi um olhar frio. Constatamos ali, naquele breve momento que:___ O Tempo é implacável!E ele havia passado, e nada mais poderia ser diferente do que é Hoje!
Os anos passaram, as coisas mudaram e foi se o tempo que pensava em você todos os dias, que sentia saudade, que pensava em nós dois com algum sentimento bom ou ruim.
Lembro de você vez ou outra, nada especial. Não é lembrança de saudade ou arrependimento, é apenas, lembrança, assim, simples e pura.
Ele, então sorriu-me, parecendo compreender com tristeza, embora não houvesse mágoa em seu olhar que seguimos caminhos diferentes.

NEO (Set/09)

QUANDO EU OLHO PRA VOCÊ




Quando eu olho pra você eu sinto vontade de ter uma família grande reunida no domingo, com direito a churrasco no almoço, e torta de bolacha como sobremesa, passeio no parque a tarde inteira.....Quando olho pra você eu sinto desejo de ter filhos, a vontade louca de ser mãe, ver as crianças correndo pela casa, buscá-las na escola...Fazer supermercado, as contas de água e luz sobre a mesa da cozinha....Fazer voltas no shopping até encontrar uma vaga no estacionamento lotado....Quando eu olho pra você penso naquela boa garoa paulista com congestionamento no trânsito e você chegando em casa com o peso do mundo nos ombros e eu te abraçando com carinho, te beijando com jeitinho....e nós dois sorrindo sem porquê.....Quando eu olho pra você vejo nosso filho brincando contigo no sofá da sala de estar, rolando pelo tapete macio, ignorando a   luta diária, e apreendendo a ser simples e feliz......Quando eu olho pra você vejo o sorriso inocente do nosso menino ao te abraçar alegre e feliz em pleno estádio do Palestra num jogo do Verdão ao comemorarem um gol....e o teu sorriso de pai, ensinando ao filho o amor e devoção ao time de coração....Quando eu olho pra você vejo em teus olhos um brilho inigualável, uma força que transcende meu ser....um desejo de vida.....uma promessa de um novo amanhecer....um acordo de recomeço com o tempo e com a vida quando nem tudo sair como o planejado......Eu só queria que você estivesse aqui hoje pra me escutar dizer isso a você.......Porque no fundo, a verdade é que me sinto segura e protegida...me sinto bem....me sinto em paz comigo mesma e com o mundo quando olho pra você.......




NEO – 12/05/2009
DIZEM POR AÍ

Dizem por aí que eu bebo demais,
Mal sabem eles que esse veneno é doce e sua morte é lenta.
Dizem por aí que eu falo demais,
Mal sabem eles que meu silêncio grita.
Dizem por aí que sempre amei os homens errados,
Mal sabem eles que o amor é só utopia!
Dizem por aí que ando em más companhias,
Mal sabem eles que fui eu que decidi seguir o caminho errado.
Dizem por aí que deixei algumas mágoas pelo caminho,
Mal sabem eles que por muitas e muitas noites, chorei sozinha.
Dizem por aí que sou insana e inconseqüente,
Mas não passei pela vida, eu a vivi!
Dizem por aí que sou uma pessoa errada,
Mal sabem eles que meus erros me tornam forte e minhas lágrimas me tornam humana.
Dizem por aí que eu sempre decepciono as pessoas que me rodeiam,
Mas eu nunca fiz promessas a ninguém.
Dizem por aí que eu faço parte da escória,
Mas eu nunca disse que seria uma boa pessoa.
Dizem por aí que eu vivo sonhando,
Mal sabem eles que eu já nem durmo mais.
Dizem por aí que eu tenho pouco tempo de vida,
Mal sabem eles que deixei de viver, faz tempo!
Dizem por aí que as balas nunca mentem,
Mas hoje eu saberei se isso é ou não verdade!
Dizem por aí que eu tenho um belo sorriso,
Mal sabem eles que dor vai n’ minha alma!
Dizem por aí que eu não sei amar,
Mal sabem eles que por viver sozinha, não me apego a nada.
Dizem por aí que eu tenho certo brilho no olhar,
Mal sabem eles que o brilho em meus olhos são os reflexos das minhas lágrimas.
Dizem por aí que eu não sou boa menina,
Mal sabem eles que ser má, é apenas uma questão de escolha.
Dizem por aí que eu entendo de poemas e de blues,
O que ele não sabem é que poemas são feitos de desencantos e blues de desesperos.
Dizem por aí que eu sou louca,
Mal sabem eles o quanto!
Dizem por aí que eu adoro a morte,
Mal sabem eles que a morte é só um bom sono.
Dizem por aí que eu coleciono namorados,
Mal sabem eles que nunca tive amores de verdade!
Dizem por aí que eu nunca falo de amor,
Mal sabem eles que meu silêncio nunca vai me perdoar por ter dito que te amo!
Dizem por aí que eu guardo velhas mágoas de meu pai,
Mal sabem eles que nunca o odiei, apenas não cheguei a amá-lo!
Dizem por aí............são apenas coisas que dizem por aí........


NEO (Maio/09)

DA SOLIDÃO EM MIM




Eu sempre amei a solidão....Nem sempre estou necessariamente só, mas sou por natureza solitária...Sou como os felinos, que por vezes, andam acompanhados, mas que serão sempre inevitavelmente sós...Gosto da solidão das madrugadas...Gosto da solidão do meu quarto..Gosto da solidão dos meus dias de chuva...Gosto da solidão em meus dias de sol... E eu preciso dela pra me ver...Preciso dela pra pensar...Preciso dela pra respirar...A solidão não foi uma escolha minha..Nem me parece tão pouco um fardo...É antes um bálsamo que festeja a minha alma...Que me clareia as idéias..Ela vem de dentro de mim...E me preenche, me completa..Me faz sentir-me viva...Me torna assim uma pessoa melhor...Me acalma....Acalenta...Me tranqüiliza..Me deixa em paz com a vida..Enfim, me faz feliz!E eu a acompanho....sorridente...Pq. nos entendemos, nos completamos...



NEO – 18/05/2009.